A Era da Robótica Humanoide

A Era da Robótica Humanoide

  • Em 07 de novembro de 2021

Como um bom fã de Isaac Asimov, sempre me considerei um legítimo entusiasta quando o assunto é Robôs Humanoides (com forma semelhante aos humanos). 

Muitos conhecem as obras literárias de Isaac Asimov pelas adaptações para o cinema como “O Homem Bicentenário”, “Eu Robê”, entre outros.

Vale ressaltar que foi Isaac Asimov quem elaborou as quatro diretrizes da robótica, também conhecidas como Leis da Robótica.

Sendo as primeiras três diretrizes publicadas em seu livro “O Homem Bicentenário” (The Bicentennial Man and Other Stories), de 1976:

  • 1ª Diretriz: Um robô não pode ferir um ser humano ou, por inação, permitir que um ser humano sofra algum mal.
  • 2ª Diretriz: Um robô deve obedecer às ordens que lhe sejam dadas por seres humanos, exceto nos casos em que entrem em conflito com a Primeira Lei.
  • 3ª Diretriz: Um robô deve proteger sua própria existência, desde que tal proteção não entre em conflito com a Primeira ou Segunda Leis.

E a quarta diretriz, a qual deve estar acima de todas, publicada em seu livro “Eu, Robô” (I,Robot), de 1950:

  • Diretriz Zero: Um robô não pode causar mal à humanidade ou, por omissão, permitir que a humanidade sofra algum mal.

O objetivo das diretrizes, segundo o próprio Asimov, era tornar possível a coexistência da humanidade com robôs inteligentes, pressupondo que as máquinas possuam inteligência suficiente para tomarem suas próprias decisões; impedindo, assim, que os robôs venham a se rebelar contra a humanidade ou mesmo subjugar-la, como os Cylons fizeram na consagrada série Battlestar Galactica, versão de 2003.

Adicionalmente, ainda segundo o próprio Asimov, em virtude das diversas interpretações das mesmas, as diretrizes lhe forneciam um mote valioso para um número grande de histórias.

Ao fim, as Diretrizes, ou Leis, da Robótica, mesmo oriundas de contos de ficção científica, motivam qualquer pesquisador em inteligência artificial da atualidade a desejar velas  seguidas por suas "criações".

Em tempos atuais, diante dos contínuos avanços nas áreas da biônica, cibernética e inteligência artificial, assim como as previsões de H. G. Wells sobre a bomba atômica em seus livros de ficção científica se tornaram realidade décadas depois, as diretrizes de Asimov ganham, a cada dia, maior importância frente à realidade. No ritmo em que as coisas andam atualmente, as ‘Leis da Robótica’ em breve contarão realmente com o status de lei.

Os Robôs no Século XXI

“A ideia não é substituir a mão de obra, e sim auxiliá-la em diversas áreas, aproveitando aquilo que as máquinas fazem de melhor: serviços repetitivos, entediantes e perigosos”, diz Josemar Rodrigues de Souza, coordenador da comissão especial de robótica da Sociedade Brasileira de Computação e pesquisador do ACSO (Núcleo de Arquitetura de Computadores e Sistemas Operacionais).

Em outras palavras, os “Robôs Humanoides” são uma realidade que vislumbra um futuro sem volta, onde as máquinas substituirão o trabalho humano em ambientes ou tarefas que possam causar danos físicos aos humanos. 

É claro que essa ideia de substituição do trabalho humano somente em ambientes nocivos não se aplica ao Rob, o primeiro bartender robô humanoide dos mares, pois ele serve como um conceito de aplicabilidade fora do escopo convencional.

Rob, o Robô Bartender

Criado em 2021 pela MSC Cruzeiros, o Rob, robô bartender humanoide, faz parte do projeto de experiência futurista do navio MSC Virtuosa e integra um ambiente inspirado numa nave espacial de ficção cientîfica, com hologramas 3D, paredes com arte imersiva digital e uma mesa interativa Infinity de doze lugares, que dá aos hóspedes a experiência única de explorar os mares em um passeio galáctico personalizado.

Optimus, o Robô Mecânico

O presidente-executivo da Tesla, Elon Musk, revelou recentemente que a montadora de carros elétricos deve lançar neste ano, 2022, um protótipo de robô humanoide para fazer trabalhos perigosos, repetitivos e entediantes. 

Segundo o executivo, o modelo terá cerca de 1,70 metro de altura, será equipado com inteligência artificial e múltiplas câmeras para analisar o terreno, desviar de obstáculos e responder aos comandos de voz de seus proprietários. Suas mãos devem lembrar as dos humanos, com cinco dedos em cada, possibilitando executar tarefas como prender parafusos a carros com uma chave inglesa, efetuar manutenção em motores ou fazer compras no supermercado. Sua face terá uma tela digital para transmitir informações.

Como medida de segurança, o Optimus terá velocidade máxima de 8 km/h, 57 kg e capacidade de carregar máxima de 20 kg de carga, garantindo que ele jamais possa superar um humano em força e velocidade.

Disney, o Robô Anfitrião

A Disney Research, braço de pesquisa e inovação da gigante do entretenimento, divulgou em novembro de 2021 as primeiras imagens do seu robô humanoide capaz de interagir com os seres humanos usufruindo de movimentos e expressões faciais realistas.

O robô consegue prestar atenção ao ambiente externo, imitar comportamentos motores das pessoas e reagir imediatamente aos estímulos. Além disso, realiza movimentos sutis de piscar os olhos, balançar a cabeça, inspirar e expirar o ar simulando a respiração humana.

Atlas, o Robô Atleta

Desenvolvido pela Boston Dynamic, o robô Atlas tem um dos sistemas hidráulicos móveis mais compactos e resistentes do mundo. O sistema de controle avançado permite uma locomoção altamente diversificada e ágil, enquanto os algoritmos raciocinam por meio de complexas interações dinâmicas que envolvem todo o corpo e o ambiente para planejar os movimentos. 

Entre as proezas do Atlas estão, corridas, saltos, cambalhotas, escaladas, locomoção em terrenos instáveis e transporte de carga. - O Atlas usa partes impressas em 3D para fornecer a relação força-peso necessária para saltos e cambalhotas. 

Alexei, o Robô Hiper-realista

A empresa Promobot, da Rússia, apresentou em 2021 seu robô humanoide Alexei, o qual é revestido com uma pele artificial hiper-realista, desenvolvida pela própria empresa utilizando a mais alta tecnologia de impressão de polímeros especiais para a produção de pele sintética. 

Mais do que peles para seus androides do futuro, a Promobot também desenvolve o hardware e o software, ou seja, o corpo e a “alma” dos robôs. A empresa, criada em 2015, é uma das maiores fabricantes de robôs da Rússia.

Considerações Finais

O medo do incompreendido, que dá margem para o sensacionalismo nas histórias de ficção científica, é o grande obstáculo a ser vencido pela humanidade antes de poder evoluir/ascender para uma era sociocultural de coexistência tecnológica.

Pintar a Inteligência Artificial, e a tecnologia robótica em geral, como vilões a serem combatidos é um atraso evolutivo e um retrocesso emocional, como crianças que quebram os próprios brinquedos por medo do barulho que eles fazem.

O desenvolvimento tecnológico precisa do apoio popular e da motivação de investidores para avançar como uma realidade concisa e não um sonho utópico à beira do pesadelo.

Precisamos deixar nossos medos de lado, abandonando nossa mediocridade emocional, e focar nas infinitas possibilidades positivas que a tecnologia pode nos propiciar.

- Precisamos ser melhores do que achamos que somos!

FONTES

  • Forbes - https://forbes.com.br/forbes-tech/2021/09/7-robos-humanoides-que-ja-substituem-os-humanos-em-tarefas-repetitivas/
  • CNN - https://www.cnnbrasil.com.br/entretenimento/fabrica-na-russia-cria-robos-humanoides-com-rostos-realistas-assista/ 
  • CanalTech - https://canaltech.com.br/inovacao/empresa-russa-cria-pele-hiper-realista-e-um-tanto-assustadora-para-robos-181104/ 
  • UOL - https://www.uol.com.br/tilt/noticias/redacao/2021/04/19/robos-sexuais-de-luxo-chocam-internautas-pelo-realismo-uma-pessoa-real.htm 
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